Em razão de informações que estão sendo divulgadas de maneira equivocada no meio virtual, gostaríamos manifestar profunda indignação. O Kairós vem atuando desde 2000 para o fomento da educação para o consumo responsável e o comércio justo e solidário no Brasil, buscando promover a reflexão sobre a complexidade das relações entre indivíduo, ambiente, cultura e contemporaneidade, estimular o desenvolvimento de uma cultura participativa, emancipatória e democrática e fortalecer o comércio justo e solidário, a economia solidária, a agricultura familiar e a aproximação entre produtores e consumidores.
O envolvimento dos cidadãos em causas públicas como a luta por melhores condições de vida para segmentos da população historicamente desfavorecidos é um direito. E constituir organizações da sociedade civil, ou ONGs, para essa finalidade é uma forma de fortalecer essas ações. É inegável a importância da atuação das organizações da sociedade civil para a democracia e o desenvolvimento da sociedade. Assim, receber e gerir recursos públicos para fins sociais é direito dessas organizações. E os processos de seleção pública e a gestão de convênios com o poder público são extremamente criteriosos e burocráticos e vêm sendo cada vez mais aprimorados recentemente.
O Kairós iniciou a realização de projetos com o governo federal em dezembro de 2008. Executamos dois projetos com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, para o fortalecimento das relações comerciais de agricultores familiares, por meio da construção de estratégias de consumo responsável junto a técnicos e formadores do tema. As atividades envolveram mais de 300 pessoas, em quatro estados. Os projetos foram finalizados e já tiveram suas respectivas prestações de contas devidamente aprovadas. Temos atualmente um projeto em andamento com o Ministério do Trabalho e Emprego, especificamente com a Secretaria Nacional de Economia Solidária, para o fortalecimento do consumo responsável por meio da articulação de iniciativas coletivas e participativas que buscam discutir e aproximar na prática consumidores e pequenos produtores. Estão envolvidos nessas ações cerca de 160 pessoas e 35 Empreendimentos de Economia Solidária de diversas regiões do país. Indiretamente as ações alcançam cerca de 1.700 pessoas.
Além desses projetos, temos atuação voluntária em diversas instâncias, como conselhos, comissões e fóruns em prol do fortalecimento da agricultura familiar, da segurança alimentar e nutricional, da agroecologia e da economia solidária, em âmbitos municipal, estadual e nacional.